Ada tem dez anos (ao menos é o que ela acha). A menina nunca saiu de casa, para não envergonhar a mãe na frente dos outros. Da janela, vê o irmão brincar, correr, pular – coisas que qualquer criança sabe fazer. Qualquer criança que não tenha nascido com um “pé torto” como o seu. Trancada num apartamento, Ada cuida da casa e do irmão sozinha, além de ter que escapar dos maus-tratos diários que sofre da mãe. Ainda bem que há uma guerra se aproximando. Os possíveis bombardeios de Hitler são a oportunidade perfeita para Ada e o caçula Jamie deixarem Londres e partirem para o interior, em busca de uma vida melhor. Kimberly Brubaker Bradley consegue ir muito além do que se convencionou chamar “história de superação”. Seu livro é um registro emocional e historicamente preciso sobre a Segunda Guerra Mundial. E de como os grandes conflitos armados afetam a vida de milhões de inocentes, mesmo longe dos campos de batalha. No caso da pequena Ada, a guerra começou dentro de casa. Essa é uma das belas surpresas do livro: mostrar a guerra pelos olhos de uma menina, e não pelo ponto de vista de um soldado, que enfrenta a fome e a necessidade de abandonar seu lar. Assim como a protagonista, milhares de crianças precisaram deixar a família em Londres na esperança de escapar dos horrores dos bombardeios.
Autora:Kimberly Bradley
Editora: DarkSide Books
Páginas: 240
Páginas: 240
Eu amo ler romances com fundo na
segunda guerra, nos faz refletir o quão longe vai à maldade e a bondade humana.
Ada e Jamie vivem em Londres, com a mãe, uma mulher insensível e que não está
nem ai pros filhos. Ada tem o pé torto, quase não consegue andar e a mãe não a
leva para a escola, nem a tratamentos médicos, ela passa o dia todo na janela,
pois é proibida de sair de casa. Ada e Jamie sofrem além da vida precária
também tem que lidar com os abusos da mãe. Mesmo fazendo tudo o que a mãe pede:
cozinha, limpa, cuida do irmão mais novo, sua mãe ainda a castiga trancando-a
no armário escuro e cheio de baratas.
Com a guerra se aproximando Londres
fica sob a mira dos alemães, as crianças inglesas viram refugiadas de guerra e
precisam seguir para o interior, para viver em casas provisórias e
aparentemente mais seguras com pessoas desconhecidas. O que para muitos seria
um pesadelo – abandonar seus familiares – para Ada e Jamie é uma esperança de
conhecerem um lar de verdade. Ada sai escondida da mãe junto com Jamie e o
restante das crianças do bairro num trem com destino desconhecido em busca de
uma vida melhor. É na casa de Susan uma mulher que luta para vencer a depressão
que Ada e Jamie conhecem uma casa com refeições regulares, roupas novas e
quentinhas. No inicio Ada tem dificuldade de se adaptar cresceu ouvindo a mãe
dizer que era um monstro, que não era normal, que era um castigo ambulante e
que era uma criança que não merecia uma vida comum, ela não se vê digna de ter
uma vida normal. Enquanto todas as crianças querem ir embora para suas casas
ver seus pais, tudo que ela queria era que a guerra durasse tempo suficiente
para que Ada fosse curada e ela e Jamie continuassem ali sem os castigos
severos da sua mãe biológica. É impossível ler esse livro sem um nó na
garganta e sem lágrimas nos olhos. A narração feita por uma criança de dez
anos, o que não torna o livro infantil, muito pelo contrario. Eu cheguei a
duvidar se o livro é ficção mesmo, porque a criatividade da autora foi excepcional,
o livro é maravilhoso mesmo triste, com certeza entrara na minha lista de
prediletos. A guerra que salvou minha vida foi um dos livros mais
arrasadores que li esse ano. Devorei a história em dois dias e sofri mais
cinco. Cada página é um aprendizado. Sinto que por mais que eu me esforce nessa
resenha ainda faltaram palavras para expressar o quanto esse livro é
forte.
Nas minhas pesquisar para fazer
essa resenha acabei descobrindo que esta linda historia tem continuação A
Guerra Que Me Ensinou a Viver que preciso urgentemente lê-la e assim que
eu vou ler e resenharei para vocês.
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